Chapter 003 — Rosa no Verde

Rosa no Verde

Route 22

Sobre a pássara sem net

Cheguei na Rota tendo descansado e comido no Centro Pokémon anteriormente, deparando-me com a Rota 22.

Era linda. Composta por diversas árvores de diferentes tipos, diferentes tamanhos, as plantas até mesmo pareciam diferenciadas. Alguns lagos aqui, outros ali, tudo muito belo. Era uma ótima vista, de fato... Comecei a caminhar por aquele gramado raso, minhas sandálias de pau quase não faziam efeito sobre aquele solo pela maneira tão serena que eu me locomovia.

— Ainda estou a procura de Pokémon Fairy-type... Espero que consiga encontrar algum por aqui. Retirei meu PokéRadar, e agora com mais experiência no dispositivo, busquei pelos Pokémon selvagem nos arredores.

Thanks Panda

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Route 22

Em meu PokéRadar, a aparição de um Pokémon do tipo venenoso agora mostrava-se presente. É claro que eu não seguiria até lá visto a desvantagem que eu teria caso o selvagem viesse numa batalha. Lembrei-me de Morgana ao ver aqueles dois pontinhos da tipagem Water/Rock.

E foi para o pontinho a minha direita que eu segui, sendo este do tipo Water/Rock.

— Será que é o mesmo Pokémon que eu encontrei no começo da Rota? Indaguei a mim mesma enquanto caminhava.

Thanks Panda

Já estava no auge da tarde, ainda que o sol não estivesse do mais forte. O clima predominava frio. Os anúncios do inverno ficavam cada vez mais frequentes... pokémons outrora apareciam procurando por berrys, levando-as consigo...provavelmente estavam estocando alimento para sobreviverem as épocas mais frias.

Cassandra, por sua vez, estava decidida; queria encontrar aquele pokémon que no início da rota chamou atenção de sua companheira Morgana. E se a dúvida dela era se este era o mesmo pokémon daquela hora, que seja respondida quando o viu; sim, era ele. Se calculasse bem a localização geográfica dele a partir do radar, veria que era ele mesmo.

Pequeno, rechonchudo, cheio de alguns..espinhos? Não sabia dizer ao certo. Viu de relance. O pequeno parecia estar se divertindo num modesto riacho que tinha por ali. A água ainda devia estar um pouco quente, se comparada com a dos oceanos. Ele provavelmente estava aproveitando... tanto é que nem notou a chegada da treinadora.

Ao redor do riacho, não havia mais nada senão grama e algumas árvores com frutinhas desconhecidas pela garota. O que Cassandra faria então?

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Chegamos a um lago, e bem, em seu centro, havia um Pokémon coral com alguns espinhos rosados saindo de seu corpo. Achei curiosa a criatura, e logo mirei minha Pokédex para recolher informações sobre.

Tentaria me aproximar e iniciar um discurso amigável... Ainda assim, mantinha-me bem atenta, e com as mãos já dentro das mangas do Kimono caso fosse alguma armadilha ou coisa do tipo: a esfera selecionada era de White Lotus, e não hesitaria em liberar minha fadinha.

— Olá... É um belo local, não é mesmo? Dei início ao diálogo.

Thanks Panda

O encontro foi deveras amigável. Cassandra não demorou pra aproveitar a oportunidade de registrar a criaturinha em sua pokedex. Hábitos de um treinador, hmm?

#222 - Corsola
Clusters of Corsola congregate in warm seas where they serve as ideal hiding places for smaller Pokémon. When the water temperature falls, this Pokémon migrates to the southern seas.

O pokemonzinho, agora denominado um Corsola, brincava disparando bolhas para os lados e saltitando na água rasa daquele riacho. Mesmo depois de abordado pela treinadora, não pareceu se abalar. Aliás, ficou curioso com a garota. Seus olhinhos fitaram Cassandra de cima a baixo...de baixo pra cima, até pararem; estavam encantados com aquela coroa de flores que Morgana tinha feito pra garota. Chega brilhavam ao ver aquele aparato...

Ainda assim, o que certamente mais chamaria atenção de Cassandra naquele pokémon é que suas costas pareciam um pouco diferente dos Corsolas comuns. Talvez por conta das diversas mudanças abruptas na geografia local, e também pelo Corsola não ser particularmente nativo dessa região, notou que as protuberâncias em suas costas assumiam um formato peculiar frente ao mostrado na Pokedex. Era no mínimo curioso; adaptou-se na forma de dendritos, quase como um grande neurônio. E neles, estavam presos algumas berrys. O mundo pokémon se adaptando as diferentes vegetações. Se Cassandra pensasse um pouco, veria que havia pouquíssima água no local e certamente o Corsola teve de se adaptar pra apanhar berrys em terra. Isso talvez explicaria seu corpo adaptado? Talvez. Diga-se de passagem, era necessário um bom tempo pra que isso acontecesse. Significa que houveram outros? Também era um mistério. O mistério da evolução...

Enquanto isso o doce Corsola simplesmente permanecia estagnado, enfeitiçado por aquela coroa de flores da garota e humildemente elevando os bracinhos como se pedisse por ela...

Spoiler:

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Corsola parecia estar de olho em minha coroa de flores. Levemente a retirei de minha cabeça e a ajeitei nas costas espinhosas do Pokémon aquático, sorrindo em sequência.

— Você... Fica solitário ou tem amigos? Perguntei-lhe. Mexi nas mangas de meu kimono e retirei a Poké Ball de Cleffa e também de Flabébé, liberando ambas minhas Pokémon na borda daquele lago. — Essas são Morgana e White Lotus. Apresentei minhas Pokémon.

Esperava qualquer reação pela parte do Corsola.

Thanks Panda

Cassandra era mesmo uma garota boa...

Emprestou sua coroa de flores para o Corsola, encaixando-a com cuidado entre as costas espinhosas do pokémon. Ali, percebeu uma sequência de Sitrus Berrys penduradas. Uma delas caiu, mas o Corsola pegou e ofereceu para a garota com um largo sorriso. Parecia querer agradecer pela coroa, sentindo-se muito feliz pelo agrado.

Cassandra conseguiu 1 Sitrus Berry

E não obstante, a monotreinadora liberou de sua pokebola suas duas companheiras fadinhas. A pergunta sobre o Corsola ser solitário o fez esmorecer um pouco, então, ela chamou suas colegas na hora certa. Morgana foi a primeira, caminhou sem hesitar em nenhum momento. Averiguou todo o pokémon coral, cercou ele...e por fim deu dois pulinhos abrindo um sorriso. O Corsola, ao sentir-se aceito pela pequenina, também sorriu, tentando imitar os pulinhos que ela dava. W-lotus já parecia ser um pouco mais reservada desta vez. Demorou a se acostumar com a presença daquele pokémon tão... incomum?

Mas não quer dizer que não se divertiu. A fadinha rodopiou e logo se escondeu entre os corais das costas do Corsola. E quem disse que ele não gostou? Saltitava na poça d'águ, inclusive, molhando um pouco a pequena Cleffa. Por sorte, Cassandra não ficou ensopada por estar um pouco distante cerca de uns 3 ou 4 passos.

Morgana, W-Lotus e o Corsola divertiam-se naquela brincadeira inocente... esqueceram todos os problemas, só conseguiam pensar em aproveitar o momento. E por um instante, todo aquele clima frio de antes pareceu desaparecer. Diga-se de passagem, qualquer um sentiria um calor reconfortante lhe preencher o coração em ver uma cena dessas, mesmo depois de tanta guerra, de tanto chaos. Ainda há valor na simplicidade, hmm?

Morgana terminou a brincadeira correndo até sua treinadora e puxando-lhe a calça como se quisesse chamá-la atenção. W-lotus veio logo em seguida, um pouco aflita. Agora com a certeza de que algo tinha acontecido, quando a garota voltasse seus olhos para o Corsola, o veria um pouco triste fitando o horizonte. O riacho desaguava naquela direção, provavelmente seguindo pro mar. Saudades de uma família perdida? Ou de seu próprio povo...?

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Aceitou a coroa de flores e na sequência fitou o horizonte, como se esperasse por algo ou alguém... Ou como se tivesse lembranças. W-Lotus e Morg pareciam realmente preocupadas com o Corsola que agora estava pensativo. Aproximei-me do Pokémon e me sentei ao seu lado, tocando delicadamente os espinhos em suas costas.

— Sua família...? Interroguei.

A Cleffa pouco comovida decidiu escalar pelas minhas costas e posicionar-se no topo de meus cabelos, enquanto a Flabébé novamente decidiu entrar em minhas mechas rosadas e sair em meu ombro, abrindo os cabelos que caíam ali como se fossem cortinas.

Thanks Panda

Com a ajuda de Cassandra, Corsola sentiu-se um pouco mais confortável. Aconchegou-se ao lado da treinadora, saindo um pouco da água, e ficou ali quietinho. Seus olhinhos brilhavam, encantados com a infinidade do horizonte... Certamente, saudades da liberdade que um dia teve.

Grunhiu algumas vezes, como se quisesse voltar a desbravar o mundo, mas não podia. Estava incapacitado de deixar aquele lugar que era um dos poucos que encontrou com água pra morar, certamente.

Morgana puxou um pouco o cabelo de Cassandra, como se quisesse dar um empurrãozinho. W-Lotus não resistiu e abafou uma risadinha atrás das cortinas de cabelo. A Cleffinha era mesmo muito direta, hmm? Queria propor uma captura é isso?

E diga-se de passagem, o Corsola ficou muito feliz com a ideia. No entanto, era um pouco receoso. Parecia não querer incomodar a treinadora com a ideia...

Rosa no Verde

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As fadinhas pareciam ter percebido algo que eu ainda não tinha pensado sobre. Foi preciso um 'empurrãozinho' de Cleffa para que eu tomasse a iniciativa.

— Bem... Você poderia vir comigo. Disse-lhe, com uma Poké Ball em mãos. — Creio que será uma maneira nova de explorar as coisas além dessa Rota. Sorri, esperando a resposta do Pokémon coral.

Thanks Panda

Depois daquele social que fizeram, Morgana e W-Lotus logo perceberam que havia sim uma maneira de ajudar o solitário Corsola; capturando-o, é claro!

As fadinhas deram um jeito de chamar atenção de Cassandra que, por sua vez, logo entendeu o recado. A garota agora cheia de delicadeza, ou melhor, sutileza, sacou uma de suas pokeballs e fez sua oferta. Não poupou palavras. Por algum motivo, acreditava fielmente no instinto das suas companheiras que tanto fizeram para que esse momento chegasse.

O Corsola saltou de felicidade. Rodopiou algumas vezes na água como se tentasse imitar o movimento das duas fadinhas, ainda que ele era um pouco desengonçado. Tropeçou e caiu. Depois levantou-se e caminhou na direção de Cassandra que, instintivamente, estendeu a mão com a pokebola na sua direção. O pequeno então tocou a pokebola acionando seu sistema que, por sua vez, o colocou pra dentro. A esfera bicolor pouco se mexeu e logo já acionava uma luzinha verde indicando êxito na captura!

Corsola foi capturado!

Terminada a captura, Morgana e W-Lotus sorriam alegremente uma para a outra, comemorando a captura realizada. Concomitante a isso, uma segunda brisa gélida soprou. Desta vez, silenciosa e tranquila. Parecia anunciar que o trabalho ali estava feito. Que mais uma boa ação entrou pro histórico de Cassandra e que a terra lhe agradece. Cansaço? Ela não sentiu algum. Pelo contrário, de um súbito, parecia revigorada. Surpreendente, não?

Agora restava saber o que fazer, continuaria procurando por pokémons ou deixaria a rota para traz?

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E mais uma captura para mim. Comemorei sorrindo junto de minhas Pokémon. Aquele Corsola era mesmo um Pokémon muito exótico... E tanto Morgana quanto White Lotus haviam gostado do pequeno aquático rochoso.

Retornei ambas minhas Pokémon após agradecê-las por me ajudar na captura e então dei uma última olhada naquele local. Algo me dizia que eu não iria voltar ali tão cedo... Estava me despedindo, de fato, de Viridian e todas as suas Rotas adjacentes. Suspirei fundo, não um suspiro de dor, ou de insatisfação... Mas aquele suspiro que descarrega a alma.

E de consciência limpa, retirei-me da Rota 22, não foi muito difícil achar o caminho de volta...

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