Hunter Island Chapter 2 - Brendon e Zero

A floresta é a parte que mais chama a atenção nesta ilha, além de possuir a maior quantidade de Pokémon. As árvores daqui se assemelham um pouco com as da floresta de Viridian, as folhas verdes cobrem o céu quase por completo, mas ainda assim a iluminação ali de dia não é atrapalhada por isso, já de noite, o aventureiro irá ter que depender de alguma fonte de luz para viajar. Vários caçadores podem aparecer por aqui, sendo assim, é preciso que todos sejam cautelosos ao andar e que causem o menor barulho possível. Também é preciso tomar cuidado com o acampamento deles, onde virão em grande número atacar quem quer que seja! O Pokémon deles são poucas variações, mas ainda assim, se encontram fortes.

Finalmente algo aparecia no meu PokéRadar. Dentre todas aquelas opções, fiquei indeciso junto a Brendon enquanto olhávamos o visor. Eram tantas opções... Aquele Pokémon do tipo inseto não deveria ser grandes coisas, sem falar que eu não estou procurando nenhum que também seja do tipo grama, até porque eu já tenho os que eu preciso.

Retornei Warrior para a sua Poké Ball e liberei minha Tangela, que se colocou ao meu lado de prontidão para receber ordens. Acariciei sua cabeça, o que deixou algumas vinhas caírem, mas logo percebi a presença de outras que já se aglomeravam no local.

-- Preciso de suas habilidades, tudo bem? Sei que não irá me decepcionar. -- Balbuciei e sorri.

Após tanto olhar no visor do radar, escolhi que seguiria o tipo grama mesclado com fantasma, que até agora era o que mais havia chamado a minha atenção. Compartilhei a ideia com Brendon, e se ele aceitasse, iríamos tomar caminho para o local onde o Radar falava. Claro que eu iria tomar cuidado com arbustos indesejados, e também ficaria de olho no caminho. Desliguei meu PokéRadar para que não gastasse bateria a toa e guardei-a em minha mochila.

-- Qualquer cuidado é pouco por aqui... -- Sussurrei tão baixo que provavelmente só eu havia escutado. Meus passos eram cautelosos e curtos, tentando não fazer muito barulho.

[ ... ]

Finalmente chegávamos a um lugar belo, o que valeu o tempo de caminhada até aqui. Embora não estivesse nem um pouco cansado, eu merecia ter uma vista dessas. Rapidamente, retirei de minha mochila uma dupla que não utilizava há muito tempo: um lápis e um pequeno bloco. Passei pelo desenho de Tangela na Lairus Island, assim como as paisagens que desenhei naquelas folhas.

Aos poucos, meus traços no bloco iam formando árvores, o gramado, a lua... Tudo! Tudo estava perfeito, até que por fim, terminei o desenho depois de alguns minutos, mas hora ou outra parava para observar Tangela brincando com aquele ser. Ao terminar meu desenho, guardei o bloco em minha mochila e de lá retirei a PokéDex, que usei para recolher os dados daquele Pokémon, que aliás, era o que nós estávamos procurando.

Com Tangela fazendo uma amizade com ele, logo percebi que seria bem mais difícil capturá-lo, já que ele se sentiria traído. Confiei nos meus instintos de criador e aproximei-me da criatura confiante, desta vez não seria como nos Stantlers.

-- Então... Você gostaria de vir comigo? Digo, poderíamos brincar sempre que quiséssemos com Tangela juntos. Eu me chamo Zero, e aquele ali é Brendon e seu Gligar. -- Ao fim de tudo, sorri.

Caso ele não quisesse vir, apenas ficaria parado, não insistiria para que ele viesse para o meu time, eu iria me sentir um monstro forçando um Pokémon tão inocente a ser capturado assim, desta forma medíocre.

Minhas palavras tocaram os sentimentos daquele Pokémon. Ele era um Phantump, como a PokéDex dizia. Tangela viu que eu estava prestes a capturá-lo e soltou um sorriso. Retirei de minha bolsa uma Cherish Ball e a toquei suavemente sobre a madeira que ocultava seu rosto.

Caso fosse capturado, me levantaria e abraçaria Tangela, relembrando da primeira vez em que a vi na ilha de Lairus. Após agradecer a ela, retiraria sua Poké Ball de minha bolsa e a retornaria.

-- Vamos? Acho que podemos explorar um pouco mais esta floresta... -- Em seguida, peguei meu radar do bolso e o acionei, buscando encontrar os Pokémon que estivessem próximos. Trataria de segurá-lo com força para evitar futuros furtos.

Em meio aos resultados que apareciam no radar, uma luminosidade forte veio do oeste, mais precisamente de onde nós chegamos neste local. Não era possível enxergar o que emitia aquela luz, e não demorou muito para que ela se apagasse por fim. Uma movimentação estranha era notada por mim e por Brendon na copa das árvores, mas a questão era: um Pokémon ou um humano? Temi que fosse algo realmente alarmante e liberei um Pokémon meu colosso de rocha, que nunca tinha sido utilizado antes por mim.

O Onix surgiu no campo, o que fez com que logicamente nossa presença ali fosse notada por metros. Ele se encontrava um pouco confuso, aliás, onde estava?

-- Calma grandão, tudo irá ficar bem. -- E acariciei uma rocha redonda de seu corpo, que aliás encontrava-se a altura de meu rosto. -- Escute, estamos sendo vigiados, gostaria que nos defendesse, tudo bem? -- E meio confuso, a serpente rochosa esticaria sua cauda para que envolvesse a mim e a Brendon — juntamente de Gligar — num tipo de casulo com poucas aberturas, mas o necessário para ver o que acontecia ali fora.

Me senti seguro ali dentro, era como se aquele Onix agora estivesse me servindo após receber o carinho que nunca teve numa caverna como aquelas.

-- Muito bem, grandão. Gostaria que você usasse agora um Curse, tudo bem? -- Pedia tudo carinhosamente, Onix precisava disso afinal. Caso tivesse êxito, eu pegaria minha PokéDex e tentaria registrar os dados daquilo que passava rapidamente entre as árvores.

O que fariam agora?

A medida em que nos protegia, Onix também sofria por causa das constantes iluminações. Seus rugidos provavelmente poderiam ser escutados por longos metros, até que por fim, dormiu. Então aquele era um tipo de Hypnosis? Provável. Com um ótimo trabalho feito, tratei logo de retornar Onix para sua Cherish Ball, e por fim, guardei-a em meu bolso a medida em que já retirava outra, lançando para o campo de batalha o meu fiel Warrior, que como de costume, abraçou-se a minha perna.

-- Quero que você feche seus olhos, ok? -- Pedi encarecidamente, enquanto desviava meu olhar dos arbustos, ou melhor, nem mesmo ousava olhar para lá.

Warrior sabendo que o que eu tinha pedido seria o melhor para nós dois, simplesmente fechou seus olhos, mas ainda continuava agarado a minha perna, o que de certa forma me comovia. Fechei meus olhos, deixando apenas minha audição atenta ao que acontecia em nossa volta.

-- Brendon... Use um Pokémon que não durma, tudo bem? -- Pedi, e esperei que ele fizesse o mesmo: fechasse seus olhos e ficasse apenas com a audição atenta. -- Ei! Apareça, covarde! Pensei que vocês, Hunters, fossem ao menos corajosos de encarar suas "presas"! -- Gritei, a fim de chamar o provável Hunter e seu Pokémon para a batalha. Embora eu saiba que tem mais de um Pokémon, e um outro poderia surgir a qualquer momento por ali.